segunda-feira, 5 de julho de 2010

Oh, it's a mystery to me

Música que acompanha o post: Society - Eddie Vedder (trilha do filme Into The Wild) http://www.youtube.com/watch?v=Cy6iwP9Ux3A

Este post é sobre decepção. Por favor, coloquem os fones de ouvido.

“Me dá o dinheiro, senão eu te mato”. Essa já é quase uma daquelas frases prontas que a gente ouve, entende, mas não pensa no que as palavras realmente querem dizer. “Você é um pé frio!”, “Estou num mato sem cachorro”, “Melhor um na mão do que dois voando!”, “Me dá o dinheiro, senão eu te mato”.

Mas quando o cara está ali, na sua frente, você entende bem o que ele quer dizer.

Nunca tinha passado por isso, e não sabia como reagiria se passasse.

O cara foi embora, não estava armado, não levou nada, não machucou ninguém. Então ficou tudo bem, certo?

Na verdade, o cara me deixou um buraco no peito. Daqueles.

Saí de lá pensando no que aconteceria se ele estivesse armado, e desejei estar armada antes. Desejei estar pronta para matar um semelhante antes que ele o fizesse.

Que tipo de lugar é esse? Como viver em paz em uma sociedade que te obriga a ser algo que você não é? Eu não mato nem mosca e me imaginei matando um semelhante.

Isso me leva a pensar um pouco além. Quantas vidas eu tenho? Certo, eu acredito que temos várias vidas com a mesma alma mas, quantas vidas EU TENHO? Eu, Bruna Mariani. Quantas vezes eu serei eu, quantas vezes vou ter a oportunidade de desfrutar do que tenho hoje ao meu redor? Uma. Só essa. E viver assim, sem poder ser quem é, é um preço muito alto a se pagar. Alto demais. É decepção demais com os outros e consigo mesmo.

A continuação deste texto é a música que indico no começo do post.

Society, you're a crazy breed…
Hope you're not lonely without me...